ELEFANTES...
Dizem que um elefante incomoda... Dois elefantes podem incomodar muito mais.
Ao não nos preocuparmos com os usos de que fazemos ou que outros fazem dos ambientes necessários a nossa qualidade de vida saudável, com certeza estamos criando muitos elefantes de que futuramente não teremos como cuidar. Os elefantes nascem pequenos, são engraçados e ocupam pouco espaço.
Outros, os promotores de vendas urbanas, escondidos sob mantos de animais dóceis nos querem dar elefantes sob a desculpa que não podemos engessar ou inviabilizar economicamente a cidade. A mensagem cifrada é que nós iremos matar de fome os pequenos elefantinhos, portanto devemos sustentá-lo. Dizem que devemos aceitar que os vários elefantinhos continuem a crescer em nossa cidade.
Vamos iniciar nas Zonas Estritamente Residenciais (ZR1) onde podemos dar nomes a vários elefantes e elefantinhos que alimentamos ou deixamos outros alimentar:
1. Interesse imobiliário na ampliação de usos e gabaritos;
2. Aumento de transito de transporte privado de passagem (pendular);
3. Falta Plano de Mobilidade e Acessibilidade Urbano (investimento/ hierarquização);
4. Diminuição da qualidade do ar e supressão de massa verde:
5. Descontrole sobre geração de resíduos sólidos;
6. Aumento dos níveis de ruído urbano;
7. Precária manutenção de espaços urbanos públicos;
8. Inexistência de equipamentos públicos;
9. Insegurança;
Existem ainda elefantes na forma embrionária, dos quais podemos citar a nova lei de ordenamento e estruturação territorial que reduz mais as zonas estritamente residenciais, amplia aproveitamento do imóveis através do gabarito desvinculado das proporcionalidades entre espaços públicos e privados ou da existência de infra-estruturas implantadas. Esquece dos instrumentos de política urbana que possibilitariam a geração de recursos para investimentos públicos e do Plano de Mobilidade Urbana, obrigatória condicionante para estabelecer, dimensionar e possibilitar a circulação de pessoas e coisas para abastecer a vida urbana.
A cidade sustentável para nossa e das futuras gerações exige que façamos o planejamento do território para pessoas e não para elefantes que não possamos sustentar.
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