quinta-feira, 16 de junho de 2011

ELEFANTES...

ELEFANTES...

Dizem que um elefante incomoda... Dois elefantes podem incomodar muito mais.

Ao não nos preocuparmos com os usos de que fazemos ou que outros fazem dos ambientes necessários a nossa qualidade de vida saudável, com certeza estamos criando muitos elefantes de que futuramente não teremos como cuidar. Os elefantes nascem pequenos, são engraçados e ocupam pouco espaço.

Outros, os promotores de vendas urbanas, escondidos sob mantos de animais dóceis nos querem dar elefantes sob a desculpa que não podemos engessar ou inviabilizar economicamente a cidade. A mensagem cifrada é que nós iremos matar de fome os pequenos elefantinhos, portanto devemos sustentá-lo. Dizem que devemos aceitar que os vários elefantinhos continuem a crescer em nossa cidade.

Vamos iniciar nas Zonas Estritamente Residenciais (ZR1) onde podemos dar nomes a vários elefantes e elefantinhos que alimentamos ou deixamos outros alimentar:

1. Interesse imobiliário na ampliação de usos e gabaritos;

2. Aumento de transito de transporte privado de passagem (pendular);

3. Falta Plano de Mobilidade e Acessibilidade Urbano (investimento/ hierarquização);

4. Diminuição da qualidade do ar e supressão de massa verde:

5. Descontrole sobre geração de resíduos sólidos;

6. Aumento dos níveis de ruído urbano;

7. Precária manutenção de espaços urbanos públicos;

8. Inexistência de equipamentos públicos;

9. Insegurança;

Existem ainda elefantes na forma embrionária, dos quais podemos citar a nova lei de ordenamento e estruturação territorial que reduz mais as zonas estritamente residenciais, amplia aproveitamento do imóveis através do gabarito desvinculado das proporcionalidades entre espaços públicos e privados ou da existência de infra-estruturas implantadas. Esquece dos instrumentos de política urbana que possibilitariam a geração de recursos para investimentos públicos e do Plano de Mobilidade Urbana, obrigatória condicionante para estabelecer, dimensionar e possibilitar a circulação de pessoas e coisas para abastecer a vida urbana.

A cidade sustentável para nossa e das futuras gerações exige que façamos o planejamento do território para pessoas e não para elefantes que não possamos sustentar.

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